segunda-feira, 4 de junho de 2012

Supergods


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Grant Morrison lançou recentemente nos EUA e no Reino Unido, o seu mais recente trabalho, Supergods. E como não poderia ser diferente, causou uma grande polêmica no trecho que ele fala de Jerry Siegel e Joe Shuster, os criadores do Superman. Neste trecho do livro ele escreve que “Siegel e Shuster venderam em 1938 sua criação à National Publications (futura DC Comics) por apenas 130 dólares.” Até aí tudo bem, pois este é um fato conhecido por muitos. Os problemas começaram quando ele diz o motivo da venda: “estavam criando um produto para vender e imaginaram que poderiam criar mais e melhores personagens.” Ele ainda completou dizendo que os dois só teriam vindo a reclamar o preço injusto da personagem em 1946, “quando, perceberam quanta grana sua criação estava arrecadando". O escocês comparou a dupla a Bob Kane, co-criador do Batman, que teve uma remuneração melhor na participação nos lucros da personagem, “Kane tinha mais cabeça para os negócios”.
            O primeiro a fazer uma declaração contra o livro de Morrison, fora o crítico de quadrinhos Abhay Khosla. Segundo o crítico, Grant não reconhece vários fatos documentados em torno da vende de Siegel e Shuster à National, e completa dizendo que o “esquecimento” de Morrison é interesseiro (esse interesse estaria envolvido no processo que a editora enfrenta movido pelos herdeiros de Siegel e Shuster). Khosla ainda diz que o quadrinista tem “participação em um projeto que poder ter sido designado para a redução das chances dos pais corporativos do Superman terem que dar dinheiro aos herdeiros de Siegel e Shuster.” E ainda o ataca dizendo que teve “sorte de crescer em uma época em que as pessoas que faziam quadrinhos buscavam outros rótulos que não ‘marionete corporativo’”.
            E as críticas à Morrison não terminaram em Khosla. Outro grande e respeitado nome do mundo dos quadrinhos também falou sobre o livro. Paul Gravett, historiador de quadrinhos, colocou em seu site pessoal uma resenha do livro com erros de Grant. Um exemplo seria a manifestação da dupla criadora do Homem de Aço, que já havia ocorrido em 1938, e não só na década seguinte; como é citado. E ainda alfineta, não só o escocês como também a DC, ao dizer que Supergods seria uma estratégia da editora minar os herdeiros de Siegel e Shuster.



"Morrison prefere elevar o super-herói a um conceito indestrutível, quase uma entidade independente, auto-efetivada, reconhecendo apenas o lado mais comercial e sujo, maquiando a exploração reinante, hoje e sempre, no mercado. É por isso que ele decide ‘escantear’ ou ignorar o motivo pelo qual eles devem sobreviver - a necessidade que têm de sempre gerar mais e mais dinheiro para seus proprietários corporativos e acionistas, sendo uma percentagem arrecadada pelos operários leais (como ele), que de alguma forma conseguem os fazer vender."



            Isso é somente uma parte das fortes declarações do historiador. Ele vai mais além e diz que considera o Supergods parte de um “rebranding” geral do Superman que o prepara para seu novo filme.
            Morrison ainda não se pronunciou quanto às críticas de Khosla e Gravett, porém se tratando do escocês, não deveremos ter que esperar muito para que isso ocorra.

Escrito por Gabriel Albuquerque ("Bukerke")

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