sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A Queda do Morcego


A Queda do Morcego



A década de 90 foi uma época em que filmes de ação e lutas cresceram muito, imortalizando grandes astros do gênero como Jean Claude Van Damme, Silvester Stallone e Steven Seagel. Os quadrinhos não fugiram dessa linha, popularizando os crossovers. Quem ganha as lutas? Superman ou Hulk? Thor vence o Hulk no braço? Capitão América ou Batman? Quem luta melhor? Confrontos que mais servem para alimentar egos dos fãs, pois é raro ter uma boa história envolvendo este contexto.
Falando mais especificamente da galeria de vilões do Batman, como Espantalho, Coringa, Duas Caras e Pinguim; estes vilões sempre acompanhados de capangas, mas que geralmente não tinham carismas e nem retornavam; sempre conseguiu derrubá-los no braço. Porém, foi aparecendo alguns desafios físicos para o Morcego, como Killer Croc, Rãs All Ghull, Morcego Humano (ser meio humano e meio morcego, no estilo do Lagarto do Homem Aranha) e finalmente o Bane.
Na época, a revista do Super Homem estava em queda. Não vendia e dava a entender que a personagem estava morrendo. Então os responsáveis pela revista decidiram terminar o serviço, e o mataram. A Morte do Super Homem fora um evento tão grande que teve cobertura da mídia, o que levou a personagem ao topo dos ícones pop novamente, o que o ressuscitou. E essa personagem lançou a moda: mataram um Robin, deixou paraplégica uma Batgirl (virou a hacker Oráculo), a morte da Gwen Stacy (primeira grande paixão do Peter Parker). Começaram, a partir daí as chamadas popularmente “sagas caça níqueis”, como Crepúsculo Esmeralda (a queda do Lanterna Verde), Saga do Clone do Homem Aranha e a Queda do Morcego.
A Queda do Morcego é uma saga “caça níquel” com 43 revistas, mas é boa. Até porque criou um dos melhores vilões do Batman, Bane. As revistas possuem uma boa narrativa de Doug Moench e Chuck Dixon, com desenhos na maioria das vezes bons, e tendo mudanças de acordo com as mudanças de desenhistas. Mas, não escapa do simplório e muitas vezes com eventos forçados, começando pelo próprio Bane.
Criado para a saga, felizmente foi uma criação que fora acertada sem querer, porque é um vilão interessante, inteligente e alguém de mesmo nível que o Batman. Mas, infelizmente nunca reconhecido, até porque estaria relacionado ao Apocalipse do Super Homem, que só ganhou notoriedade pelo seu feito: matar o Super Homem. Assim como o Apocalipse Bane também matou o Batman, com um plano inteligente de levar o Cavaleiro das Trevas ao seu limite, cansá-lo fisicamente e psicologicamente, o fazendo atuar direto durante três meses e dormindo em média quatro horas por semana. Libertou todos os vilões insano de Arkam e da prisão Blackgate. Monitorava esses criminosos, manipulando-os, e ao próprio Batman. Mas, por melhor que seja o plano, o desenvolvimento ainda deixa a desejar, com várias passagens forçadas.
Bane
nasceu na prisão de Pietra Dura na ilha de Santa Prisca, pagando pelos crimes de seus pais. Aos oito anos de idade, cometeu seu primeiro assassinato, matando um criminoso que queria usá-lo como moeda de troca de informações na prisão. Sua única companhia era seu ursinho de pelúcia chamado Osito. O urso possuía um buraco em suas costas, no qual Bane escondia uma faca para usá-la contra qualquer um que tentasse ameaçá-lo.
Mesmo aprisionado, Bane não deixou de aperfeiçoar suas habilidades naturais: dedicou-se à leitura de diversos livros, modelou seu corpo no ginásio da prisão e aprendeu a lutar para poder se defender de outros prisioneiros. Tornou-se uma lenda quando passou dez anos na solitária e saiu dela em perfeita saúde. Em certa ocasião, Bane desentendeu com outro prisioneiro e acabou sofrendo um acidente, que o deixou em estado de coma. Teve visões do seu futuro e descobriu que o medo de um morcego poderia impedi-lo de alcançar seus objetivos. Ficou obcecado pela leitura sobre Gotham City (lugar que, assim como a prisão, era comandada pelo medo) e sobre seu guardião.


Ao que parece, fizeram de tudo para que ele parecesse um grande vilão. Virar assassino cedo, matar muitos, nascer na prisão. E conhece a identidade do Batman através de um sonho, ficando obcecado para derrotá-lo. Tudo por causa de um sonho?!

Todos os criminosos agindo que nem loucos pela cidade, sem crime organizado ou máfia (o que é muito comum nas histórias do Morcego). O negócio era cometer o maior número possível de crimes até o guardião de Gotham levá-los de volta à cadeia.
O clímax, um tanto melodramático, mas legal de ver a frustração de Batman diante de seu fracasso como guardião, até o momento em que Bane quebra a coluna de Bruce. Quem assume o manto, não é o Dick Garyson (Robin e mais tarde Asa Noturna), que é como um filho para Bruce, e sim um maluco que eles acabaram de conhecer, Jean Paul Valley, e que grande parte de seu treinamento se dá a um sistema que introduz tudo que precisava saber. Como se ele tivesse sido hipnotizado antes de nascer, que inclusive lhe deu uma condição física do nada. A personagem estava sem lugar na história, até o Bruce reclamar o manto de volta, por direito. E neste momento ocorre mais um evento forçado: Bruce e a doutora que cuidava de seu sério ferimento, se apaixonam sem uma explicação. Ela é sequestrada e do dia para a noite, ganha poderes de cura (o que era bem conveniente para a situação de momento). Ela cura a coluna do Bruce e fica louca, com a mentalidade de uma criança de quatro anos. Bruce tem que recuperar a forma, e bem ao estilo de um filme de Kung Fu, ele volta a treinar, derrota o Batman de Jean Paull Valley (que havia deixado de usar o traje clássico, para usar uma armadura estranha e inútil) ao refletir a luz do Sol na cara dele. Assim termina uma saga, que tinha tudo para ser uma obra prima devido ao seu começo, mas o final não foi tão bom.

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